quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Estrada Sobre Caminhar


O sol caminha sob meus pés, pois minha noite resolveu que não o afagaria. Minha noite permanece acima de minha cabeça, e o seu ciclo não se altera. A estrada caminha sobre os meus pés, e mesmo que ela insista em parar, o destino não deixa.
Prescindindo a Dona Confiança.
Ela prometeu ao meu eu de antemão que o deixaria ir, então julguei sensato abandona-la.
Prova de fragrâncias que se extinguem mais rápido do que a física pode afirmar. Cantarola em francês uma canção tão melancólica que desmantela os gaiteiros de baderna, que não encontrando semi-tom que sustente os versos, suicidam-se de baixo auto estima.
Tudo parece parado nesse mundo que gira, tudo parece girar nessa mente pacata.
A percepção está atrasada, meus sonhos degolados.
E eu daria todo o pouco que tenho para poder caminhar sobre a estrada, e fazer ela cessar o caminhar que faz sobre minha alma.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Rosa II

Ei, Rosa.
Rooosaaa?
Tomou teus remédios para a tua dor? Tomou teus remédios para angústia?
Primeiro me diga quem lhe trouxe para fora do poço, pois não deveria tê-lo feito.
Segundo me explique o porque de tua volta, ela de certa forma não me agrada de todo, nem faz sentido o bastante.
Pare, pare de rir. Sei que teu riso é tão falso quanto o resto de tuas palavras. Me sinto na palma de tua mão quando sorrides para mim, e isso me enjoa um pouco. Não podes mais brincar com minha dignidade, pois dela já perdi boa parte. Prometo querida, que se voltar a me contar fatos sem veracidade alguma, te lançarei ao poço de uma forma que tu nunca mais retornará à superfície.
Até porque não deverias de forma alguma ter retornado.
Fingir que acredito em ti é mais difícil do que acreditar em um futuro luminoso.

E repito, tu não deveria ter voltado.