Cravados na fonte
Posso avistar ao longe
Um carteiro esquecido por deus
Trepidando de cansaço
A passos largos
Tentava esquivar-se das sombras
Tropeçando no breu
Os olhares ausentes
Das estátuas de ninfas
Sufocam primaveras
Na ventania das horas ilícitas
Corta o negrume
O sibilar da maple tree
Pesada de silêncio
A bolsa do carteiro rompe-se
Então ele contempla
à luz laranjada do poste
Envelopes voadores
E correspondências em branco
O destino
Naquele momento
Foi percebido que calou-se há tempos
Acredita-se
Que tornou-se silêncio
E o silêncio
Tornou-se eterna noite
Com uma bala alojada na solidão
E outra no vazio
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